Cerca de 200 famílias ocuparam irregularmente, na madrugada deste sábado (31/05), um terreno na Região Portuária (entre os bairros da Gamboa e do Santo Cristo). A ação foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que afirma que a área pertence ao antigo Jornal do Brasil e à Docas S.A. e está sem uso há mais de duas décadas.
Durante o sábado, integrantes do movimento fizeram um mutirão de limpeza para preparar o espaço, com a instalação de barracos e uma cozinha comunitária. A ocupação já acontecia há alguns dias, mas, segundo lideranças do MTST, o objetivo agora é consolidar a permanência das famílias e garantir mais estrutura no local. O nome da ocupação ainda será decidido em assembleia.
O terreno está localizado em uma das áreas contempladas pelo projeto Porto Maravilha, lançado há mais de dez anos como vitrine de revitalização da área. O MTST argumenta que o poder público não cumpriu as promessas de habitação popular previstas como contrapartida do projeto. De acordo com o movimento, nenhuma unidade do programa Minha Casa Minha Vida voltada para a faixa de renda mais baixa foi construída na região central da cidade — mesmo com a promessa de 20 mil moradias, apenas 15 teriam sido entregues.
O grupo reivindica a construção de 250 unidades habitacionais de interesse social no terreno invadido. Alega ainda que a falta de moradias íveis no Centro tem afastado a população mais pobre para áreas distantes, dificultando o o a emprego e serviços.