O Ministério Público Federal (MPF) decidiu notificar a Prefeitura do Rio e a União para que as obras de restauração da antiga Estação Leopoldina, no Centro do Rio, sejam retomadas imediatamente. A decisão foi tomada após uma vistoria realizada nesta sexta-feira (14) pelo procurador da República Sergio Suiama, que constatou o avanço do abandono no canteiro de obras.
A situação é crítica. Operários estão desmontando estruturas provisórias e, há pelo menos 15 dias, parte da mão de obra está sendo deslocada para outras obras da própria empreiteira. Dos 120 trabalhadores que atuavam no projeto, restam apenas 40.
O cronograma já escancara o atraso: a previsão era alcançar 37% das obras concluídas até o fim de junho, mas só 28% foram executados. O ritmo vem caindo desde janeiro, quando começaram os atrasos nos pagamentos. A Prefeitura do Rio acumula uma dívida de R$ 7,8 milhões com a empresa responsável, a Concrejato.
“Há uma decisão judicial que condena a União a promover a restauração deste imóvel histórico. Também vamos acionar a prefeitura, porque ela se comprometeu, em junho de 2024, a executar as intervenções em até três anos”, afirmou Sergio Suiama, do MPF.
A prefeitura, por sua vez, tenta justificar o calote. Ontem, o prefeito voltou a afirmar que suspendeu os rees após receber denúncias de irregularidades trabalhistas por parte da construtora.
Enquanto isso, a obra caminha para a paralisação total, contrariando o que foi anunciado em 2024, quando a prefeitura se comprometeu publicamente a liderar a recuperação do prédio histórico, fechado há mais de duas décadas e considerado uma das joias arquitetônicas da cidade.
A cobrança do MPF reacende a preocupação com o futuro da Leopoldina, imóvel tombado, que deveria ser transformado em um centro cultural e espaço multiuso, integrando projetos de revitalização do Centro do Rio.
Agora, tanto a União quanto a prefeitura devem responder formalmente à notificação e apresentar um plano para garantir a continuidade dos trabalhos e o cumprimento do cronograma.