Alerta no Nilton Santos: torcida da Universidad de Chile pode representar risco real à segurança no setor Oeste do estádio

Torcedores da Universidad de Chile compram ingressos para setor do Botafogo no Nilton Santos. Denúncias de racismo e histórico de violência preocupam autoridades para o jogo do dia 27.

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Engenhão - Foto: Pedro Kirilos | Riotur

Às vésperas do confronto entre Botafogo e Club Universidad de Chile (La U), pela Copa Libertadores, é preciso acender o sinal de alerta. Este artigo reúne informações preocupantes sobre o risco da presença de parte da torcida adversária em setores destinados aos botafoguenses, denúncias de ofensas racistas e um histórico recente de violência envolvendo a hinchada da La U. Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades e os órgãos de segurança atuem com firmeza para prevenir qualquer tipo de conflito ou provocação no Estádio Nilton Santos e nas ruas do Rio.

Problemas à vista?

Considerando as informações divulgadas nos últimos dias, é necessário emitir um alerta urgente às autoridades competentes. A partida do Botafogo contra o Club Universidad de Chile (La U), marcada para terça-feira, dia 27 de maio, às 21h30, no Estádio Nilton Santos, pode deixar de ser um espetáculo esportivo para se tornar palco de cenas lamentáveis — caso as medidas preventivas não sejam adotadas com rigor.

O que nos preocupa, em especial, é a informação revelada pelo sítio FogãoNet (https://diariodorio.diariodoriogrande.com) de que alguns torcedores da La U compraram ingressos para setores destinados à torcida do Botafogo, como o Oeste Inferior e o Oeste Superior B. Além disso, um grupo de WhatsApp foi criado entre eles para organizar o o conjunto ao estádio. Não se trata de infiltração: trata-se de um o deliberado, amplamente divulgado por eles mesmos.

O setor destinado à torcida visitante — da La U — é o Setor Sul, conforme informado oficialmente pelos clubes e pela imprensa chilena.

Veja no sítio abaixo os prints das mensagens trocadas via WhatsApp, divulgadas pelo FogãoNet que indicam a compra de ingressos em setores do Botafogo e a intenção de concentração dos torcedores da La U em Copacabana:

https://drive.google.com/file/d/1fUyELMouwEIA9gGNqHE4ZK_UnYSjzP57/view?usp=drivesdk

Cabe destacar que o setor Oeste Inferior é tradicionalmente frequentado por famílias, idosos e crianças, além de abrigar a Arena Kids, e não possui presença de torcidas organizadas do Botafogo. É, portanto, um espaço que simboliza tranquilidade e convivência pacífica entre torcedores.

A introdução, mesmo que parcial, de torcedores estrangeiros em grupo organizado e com histórico de violência, nesse espaço específico, pode causar um choque de culturas e condutas com riscos reais de confronto.

Racismo e ameaças nas redes sociais

A preocupação se agrava com as denúncias de ofensas racistas feitas por torcedores da Universidad de Chile contra a torcida do Botafogo, também reveladas pelo FogãoNet. Referências explícitas a “macaco” — palavra que, em castelhano, se traduz por “mono” — vêm sendo publicadas por perfis chilenos nas redes sociais, inflamando o ambiente virtual e provocando reações indignadas dos alvinegros.

Veja nos sítios abaixo alguns desses prints das mensagens racistas divulgadas pelo FogãoNet:

https://drive.google.com/file/d/1JbK8YrXKTYZGMuNeta7obvwTkU4BV–9/view?usp=drivesdk

Diante dessas manifestações racistas, é fundamental lembrar que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), como relatei em meu artigo publicado neste Diário do Rio, já está mobilizado para coibir esse tipo de comportamento discriminatório nos estádios da cidade, especialmente em partidas internacionais. No texto intitulado “Estamos Vigilantes”: MPRJ combate racismo em jogos internacionais no Rio, destaquei a criação de uma força-tarefa para acompanhar essas ocorrências de perto.

A íntegra do artigo pode ser ada em:

Portanto, seria prudente que o grupo do MPRJ responsável por essa atuação também estivesse atento e presente no Nilton Santos, diante da gravidade das mensagens racistas já publicadas e da possibilidade concreta de tensões durante o jogo.

Um histórico de violência — de parte da torcida

É importante deixar claro: não se trata de generalizar todos os torcedores da Universidad de Chile (La U). Muitos deles são amantes do futebol, que viajam para apoiar seu clube com civilidade. Mas infelizmente, parte de sua hinchada (torcida, em castelhano) organizada carrega um extenso e preocupante histórico de violência, protagonizado especialmente por membros da torcida organizada conhecida como Los de Abajo.

Casos anteriores confirmam o risco:

Pacaembu, 2012: durante uma partida contra o Corinthians pela Copa Sul-Americana, torcedores da La U destruíram cadeiras, banheiros e enfrentaram a polícia no Pacaembu. Mais de 20 foram presos. O prejuízo público ou de R$ 50 mil.

Abril de 2025: antes da partida entre Colo-Colo e Fortaleza, válida pela Copa Libertadores, dois torcedores do Colo-Colo morreram atropelados pela polícia durante uma tentativa de invasão ao Estádio Monumental, em Santiago. A tragédia causou revolta entre os torcedores do Colo-Colo e gerou clima de tensão generalizada no futebol chileno. Por precaução e diante do histórico de confrontos violentos entre as hinchadas (torcidas, em castelhano) de Colo-Colo e Universidad de Chile, as autoridades decidiram adiar o Superclássico entre La U e Colo-Colo, que ocorreria naquele mesmo fim de semana.

Desde os anos 1980, enfrentamentos com a polícia, depredações, brigas entre torcidas rivais e ameaças internas têm marcado o caminho de parte da torcida da Universidad de Chile — tanto no Chile quanto no exterior.

Concentração em Copacabana: novo ponto de atenção

Outra informação preocupante: torcedores da La U estariam se organizando para uma concentração em Copacabana, tradicional bairro turístico do Rio. Essa concentração teria como objetivo o deslocamento conjunto ao Estádio Nilton Santos para o aos setores Oeste Inferior e Oeste Superior — ambos reservados à torcida do Botafogo.

Esse tipo de organização, somada ao histórico de violência de parte da torcida, exige atenção redobrada das forças de segurança, inclusive no trajeto até o estádio, para garantir que não haja conflito com torcedores locais ou outros grupos de torcedores botafoguenses.

É preciso agir agora

O futebol é paixão, cultura e identidade. Mas não pode ser espaço para o racismo, o vandalismo e a violência. A rivalidade não justifica o ódio. O receio de que torcedores violentos estejam entre o público pacífico no estádio, inclusive no setor mais familiar, precisa ser tratado com seriedade e ação preventiva.

Fica aqui o alerta às autoridades, ao Botafogo, à CONMEBOL, e também ao Ministério Público: não há margem para omissão. A história já nos mostrou o que pode acontecer quando ela prevalece.

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