Iphan lança nova plataforma de busca por bens desaparecidos, após grandes apreensões

Novo banco de dados online reúne informações sobre objetos roubados ou extraviados e facilita o trabalho de recuperação do patrimônio histórico.

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Objeto de prata da Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores recuperarado

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lançou nesta quinta-feira (30), em Brasília, o novo Banco de Bens Culturais Procurados (B). A plataforma online, que reúne informações sobre peças desaparecidas do patrimônio brasileiro, foi modernizada para facilitar a busca e recuperação desses objetos. A luta pela recuperação de objetos sacros, por exemplo, tem sido árdua, mas tem rendido frutos, como a recente apreensão em antiquários de objetos furtados da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no Centro do Rio.

Criado em 1998, o B Iphan é o mais antigo e completo banco de dados do gênero no Brasil. A sua nova versão conta com um acervo atualizado – já são quase 2000 peças, com mais campos de descrição e novas funcionalidades, permitindo maior precisão e refinamento na busca e no registro das informações.

O banco de dados inclui peças de diversas categorias, como esculturas religiosas, luminárias, tapeçarias, pinturas e outros objetos de valor histórico e artístico, desaparecidas em épocas diversas. A plataforma é voltada para diferentes públicos, como colecionadores, policiais, historiadores, leiloeiros, jornalistas e acadêmicos. Os profissionais que trabalham com comércio de antiguidades tem a obrigação de checar o B para verificar a procedência das peças desaparecidas. Em outubro de 2024, peças da Ordem Terceira do Carmo do Rio foram apreendidas no escritório de arte Dagmar Saboya, e faziam parte do B, que aparentemente não foi consultado pela antiquária. As peças tinham o brasão da Ordem, cuja istração já esteve envolvida em escândalos de sumiço de peças sacras em diversas ocasiões, sempre sem consequências.

Segundo o Provedor da Igreja dos Mercadores, Cláudio André de Castro, mais duas peças pertencentes ao acervo do templo de 1743 foram encontradas este ano em leilões no Rio e em São Paulo, e aguardam perícia do Iphan e da Polícia Federal para serem devolvidas. “Uma delas teve o nome da igreja aparentemente raspado, mas ambas ainda têm o brasão AM coroado característico da irmandade Mariana”, explica.

O sistema modernizado facilita o registro de bens procurados e encontrados, além de permitir a elaboração de estatísticas com os dados disponíveis. O cadastro e a verificação das informações são realizados exclusivamente por técnicos do Iphan, garantindo rigor no controle e evitando duplicações. Atualmente, o sistema já conta com mais de 1,8 mil bens cadastrados.

O DIÁRIO deu em 2024 com exclusividade e no detalhe o furo das peças sumidas que estavam no famoso antiquário de Copacabana, que pertenciam tanto à Igreja dos Mercadores quanto à Ordem do Carmo e à Catedral de Belém do Pará, descobertas pelo provedor da igrejinha da rua do Ouvidor.

O lançamento do novo B Iphan foi realizado no Auditório Heloísa Alberto Torres, na sede do Iphan, em Brasília (DF), às 17h30, e contou com a presença de representantes da Igreja Católica e da sociedade civil.

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