Reabertura do Museu Nacional em junho: o que esperar da nova fase?

Com a reabertura marcada para o dia 5 de junho, o museu funcionará de forma parcial até o final de julho

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O Palácio da Quinta da Boa Vista reabrirá de forma parcial em junho — Foto: Museu Vive

Daqui a menos de um mês, o Museu Nacional, popularmente chamado pelos cariocas como “Museu da Quinta”, reabre suas portas, após sete anos de um incêndio que devastou a antiga moradia da Família Real na Quinta da Boa Vista. O fogo destruiu uma grande parte do acervo do museu, incluindo coleções de fósseis de dinossauros, múmias egípcias e centenas de milhares de livros, resultando em perdas irreparáveis. Com a reabertura marcada para o dia 5 de junho, o museu funcionará de forma parcial até o final de julho, oferecendo ao público uma visão do que está por vir.

Entre as novidades da reabertura, o museu contará com o esqueleto de 15 metros e 80 toneladas de uma baleia cachalote, encontrada em 2014 no Ceará, além do meteorito do Bendegó, que chegou ao Rio no século XIX, após ser encontrado na Bahia em 1784. Uma terceira sala trará novos itens, ainda a serem definidos pelos curadores, como um “aperitivo” das exposições planejadas para 2028, quando o museu estará totalmente reaberto.

Esqueleto de uma baleia cachalote, encontrada em 2014 no Ceará — Foto: Museu Histórico Nacional
Hall de entrada do Museu com o meteorito Bendegó — Foto: Felipe Cohen/Projeto MNV

Durante as obras de reconstrução, diversos itens históricos foram encontrados, incluindo pinturas decorativas, um piso ornamentado com losangos e até a estrutura superior de uma capela do Brasil Império. Também surgiram velhas tubulações do período em que o local era o palácio da corte portuguesa. A engenhoca chamou atenção, principalmente, pelo elevado grau complexidade para época.

Em um esforço especial de recuperação, os cientistas também têm trabalhado na recomposição do crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo da América Latina, que havia sido dado como perdido após se fragmentar durante o incêndio. A boa notícia é que há esperança de restaurá-lo à sua forma original. Além disso, 14.000 novos itens foram incorporados ao acervo, incluindo um manto tupinambá de mais de 300 anos, devolvido pelo Museu Nacional da Dinamarca em 2024.

Piso ornamentado com losangos e estrutura superior de uma capela do Brasil Império — piso ornamentado com losangos e até a estrutura superior de uma capela do Brasil Império — Foto: Felipe Cohen/Projeto MNV

O museu também a por um processo de modernização, com destaque para a instalação de um teto de vidro em uma área anteriormente ao ar livre, trazendo mais conforto e segurança para a preservação das peças expostas. Para garantir que o trágico incêndio não seja esquecido, uma área será dedicada à memória dos itens perdidos, localizada justamente na sala onde o curto-circuito que causou o incêndio teve início.

Embora a reabertura represente dê um animo para os frequentadores do antigo Paço Imperial, ainda falta cerca de 30% da verba necessária para concluir a obra, que está estimada em mais de R$ 500 milhões. O Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil. A tendência é que o prédio seja totalmente reestruturado e aberto de forma total ao público até 2028.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Ninguém respondeu pelo ocorrido?

    Eu tenho pensamentos de que o incêndio possa ter sido criminoso para apagar provas de furto de peças do acervo.

    É um absurdo que um museu como esse com o acervo que havia lá não ter um moderno e eficiente sistema anti incêndio.

  2. Vale lembrar a incompetência da gestão à época, os avisos que um incêndio seria uma tragédia anunciada, a falta de planejamento, a nulidade absoluta da istração, justamente de todos os que recebiam salário público para fazer o que não fizeram, todos incompetentes e despreparadas, deviam estar todos presos pelo dano irreparável, o que se perdeu não tem mais como voltar, bandidos depravados!

    • Infelizmente jamais ouviu-se falar da responsabilização pela tragédia.
      Sim,:existe todo um corpo burocrático com atribuições e responsabilidades para cuidar do bom funcionamento do Museu.
      Seja pela gestão omissa, seja pelo não ree de recurso pelo órgão federal, em algum ou mais pontos houve falha e omissão.

  3. Uma lerda irreparável.

    Perdemos as múmias egípcias, itens indígenas, fósseis de dinossauros e a maior o parte do acervo doado pelo imperador.

    Fui no museu Nacional várias vezes na minha infância e me dói na alma lembrar do ocorrido.

    Com o fogo queimou junto a história do Brasil.

    Isso fogo é a consequência final da transferência da capital para Brasília e o abandono do governo federal para com a antiga capital.

    Tudo de ruim que acontece ou aconteceu com o Rio de Janeiro, é fruto disso e o Rio tem a obrigação de entrar com uma ação o STF exigindo uma compensação financeira pela lerda da capital.

    Toda violência, favelização, perda de relevância e auto estima é devido a a esse fato

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